segunda-feira, 20 de junho de 2011

Movimento contra a criação do Estado do Gurgueia começa a discutir ações

No final da tarde desta sexta-feira (17), um grupo de políticos e estudiosos se reuniu no plenarinho da Assembleia Legislativa, em Teresina, para dar início ao movimento contra a criação do Estado do Gurgueia. Eles reuniram informações que serão usadas para preparar os argumentos contrários ao projeto de divisão do Piauí, que tem pedido de plebiscito tramitando no Congresso Nacional.
O deputado estaudal João de Deus (PT) manifestou sua posição. "Não se deve criar mais estados. São muitos gastos para manter um estado em sua política, economia, educação etc. Para desenvolver o Piauí, não precisa dividir", disse. O parlamentar explicou que do encontro será formulado material com argumentos diferentes dos que dividem a criação do Gurgueia.
O encontro atraiu até quem é favorável ao Gurgueia, como o deputado estadual Firmino Filho (PSDB), que se disse simpático à ideia, mas não apaixonado pela causa. "O mais importante é o debate. Saber como conseguir mais investimentos e melhorar a qualidade econômica do Piauí. Sou a favor da criação porque assim conseguiremos alavancar mais investimentos", defendeu.
 
Representantes de órgãos levaram dados para embasar o movimento. Antônio Pereira, da Eletrobrás, confirmou investimentos de R$ 570 milhões no Piauí desde 2003, em especial na região dos cerrados, com linhas de transmissão e subsestações.
Já o secretário estadual de Planejamento, Sérgio Miranda, declarou que o Gurgueia terá um ganho com a divisão, mas alertou que a dívida de R$ 2,3 bilhões do Piauí precisa ser levada em conta. "Mas o que fica para o Piauí? Nós teremos uma estrutura de dívida igual e uma receita menor", alertou. 
Representante da Central Sindical Popular, Daniel Solón acredita que a divisão é pretentida por um desejo de "rearranjo político". "O que define o desenvolvimento não é o formato do Estado e sim o comando político. Compreendemos a situação da população do Sul do Estado que sente na pele o esquecimento das autoridades, o abandono, mas a divisão não é garantia de que os Estados vão melhorar. O dinheiro que vai ser investido em gabinetes políticos seria melhor investido na educação e estruturação".
A professora e historiadora Claudete Dias, da UFPI, fez um apelo: "Não podemos acreditar nas intenções dos políticos que dizem querer a criação de um novo Estado para melhoria da população. Na verdade, o que eles querem é fazer parte da direção desse Estado. Os interesses são outros", disse a historiadora. "Eu sou de São Raimundo Nonato. Para ir de Teresina para lá só tem estrada boa até Floriano. Quer dizer que só vão melhorar as estradas se criarem outro Estado?", refletiu.
 

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